quarta-feira, 30 de maio de 2012

Coisas que me aborrecem muito III


Andei um bocadinho fora das notícias e dos jornais nos últimos três dias, mas sei que têm sido publicadas vários artigos (pelo menos no Público e no SOL, que eu tenha visto) acerca de atrasos no pagamento de bolsas de doutoramento do concurso de 2011 da FCT. Isto significa que nestes dias a classe dos bolseiros tem tido alguma visibilidade (versus a nenhuma visibilidade que costumamos ter).

Já escrevi isto no FB, mas tinha que deixar aqui também registado:

Aproveito para esclarecer (especialmente as pessoas que me torcem o nariz quando digo que estou a tirar um  doutoramento - devem achar que passo o dia inteiro a ver TV, ou a passear e que depois tenho que fazer uns exames - e que me dizem "estudar ainda mais??"):

As BOLSAS são a forma de financiar o emprego científico neste país, especialmente na área das ciências exactas.

Capacitem-se que o desenvolvimento de princípios activos dos vossos medicamentos, conhecimentos sobre microrganismos, conhecimentos de mecanismos de acção e metabolismos, desenvolvimento de novos materiais, tecnologias etc, etc etc (a lista é enorme, podem ir espreitar o site do Ciência Hoje) está directamente dependente dos bolseiros.

Capacitem-se que TODOS os bolseiros têm um chefe (a maioria com feitio especial), que têm que trabalhar (tipo mexer em aparelhos e fazer experiências e coisas assim, estão a ver?) e que a grande maioria não tem horário das 9 às 17h com 1h30 de almoço. A grande maioria tem normalmente um horário aceitável de entrada e não tem hora de saída (mas ao menos trabalha no que gosta).

O bolseiro de investigação é um ser que não só faz investigação como encomenda coisas, troca lâmpadas se preciso for, carrega caixotes, faz uma perninha a reparar aparelhos e é um verdadeiro handy-(wo)man.

O bolseiro trabalha a sério e não tem regime de segurança social, não tem direito a subsídio de desemprego e nem tem direito a um contrato de trabalho como deve ser.

Por isso pessoas, pensem duas vezes antes de me torcer o nariz quando vos digo que estou a tirar um doutoramento com uma bolsa!

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Coisas que me aborrecem muito II

Pessoas que dão erros ortográficos, que usam mal os tempos verbais e que não distinguem "à" de "há" e por isso escrevem "á" (até me arrepiei toda!).

Pessoas, de uma vez por todas:

Não há (existe) a palavra "á" em português. ESTAMOS ENTENDIDOS?


A palavra "à" é a contracção da preposição "a" com o artigo definido "a".

 Em relação ao verbo haver, os significados com que é utilizado com mais frequência são existir, acontecer, passar ("há muito tempo", "há dois anos", coisas assim).

Chiça, informem-se, não sejam calhaus e façam uso do que vos ensinaram na escola primária e no 2º ciclo!

E se há coisa que me irrita solenemente são pessoas que (i) se vangloriam de dar aulas e de ser professores de ensino básico e depois dão erros deste calibre em posts do FB e afins, e (ii) pessoas que têm uma educação ao nível de ensino secundário/ensino superior e que se gabam de ler muito (e mesmo a ler não aprendem a escrever como deve ser)!!!


 E foi por um niquinho que não me cheguei ao pé da senhora da caixa registadora ali no Pingo Doce e lhe disse "olhe, desculpe, mas manjerico é com "j", não com "g". Uma pesquisa rápida no Google tinha-lhe dito isso!". Estive para levar um a 0.99€, mas o que eu queria mesmo era um manjerico...

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