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Indo trabalhar para um Instituto pertencente ao CNRS na região de Paris-Saclay, não tive grandes dores de cabeça com aspectos logísticos, especificamente com o alojamento.
Acontece que na região do pólo científico existe uma organização, a Science Accueil, que ajuda estudantes de PhD, post-docs (eu!) e investigadores estrangeiros a acomodarem-se na região. Essa ajuda compreende ajudar a encontrar alojamento, facilidade na abertura de conta no banco (uma pesquisa rápida no Google disse-me que uma verdadeira pain in the a$$), ajuda para conseguir seguro de saúde, seguro de casa, escola para crianças... no cômputo geral parece-me funcionar bem, já que foi através da listagem da Science Accueil que consegui o meu T0 de 24 metros quadrados a dez minutos a pé do I2BC.
Basicamente a pessoa inscreve-se na plataforma, tem que indicar uma série de dados oficiais, tal como nome do laboratório e contacto do responsável do mesmo, ordenado mensal, entre outros, e seleccionar para quê é que precisa de ajuda. No meu caso específico pedi ajuda para casa e abertura de conta no banco. O primeiro ponto já foi tratado - associação tem uma listagem de proprietários com fotos (a maioria) e a localização exacta do imóvel, bem como outras indicações úteis acerca da casa, e funciona depois como intermediário. O contacto foi iniciado por mim e tratei de tudo com os senhorios via email ou telefone (preferia que tivesse sido só por email porque o inglês deles falado metia medo ao susto - é para me ir habituando), e depois de tudo combinado tive só que informar a Science Accueil que já tinha a minha situação resolvida.
A minha estadia no fantástico T0 de 24m2 começa bem, já que no dia em que eu chego a Orly os meus senhorios partem de viagem durante 3 semanas. Colocou-se o problema da chave: como é que eles ma iriam entregar? Deixando debaixo do tapete? Enviando-a por correio par Portugal? Com um vizinho? Não! Metendo o meu futuro chefe ao barulho, pois claro. Sugeriram os meus senhorios que o meu futuro chefe combinasse com eles e fosse lá a casa ver o apartamento (errr... um bocadinho abusados, não?) e ficasse fiel depositário da chave. Expus a minha situação ao meu futuro chefe, mas omiti a parte em que os senhorios queriam que ele lá fosse - achei que era um abuso, afinal o problema era meu, não tinha que arrastar o homem para os meus assuntos com os senhorios. Perguntei só se havia a possibilidade de os senhorios deixarem a chave no laboratório e ficávamos assim. Para meu grande espanto, o meu futuro chefe ofereceu-se para ir a casa dos meus senhorios buscar a chave e ficar com ela no laboratório até eu chegar no dia 30.
Ena pá, acho que tenho um chefe ponderado, amável e boa pessoa. É melhor não dizer isso alto. Pode dar azar.
Etiquetas: Gif-sur-Yvette, Lia emigra, quase emigra
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